O presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), José de Ribamar Oliveira Filho, repudia veementemente o posicionamento do Exmo. Sr. Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, em recente entrevista, afirmou categoricamente que “nas Universidades Federais ocorre o desenvolvimento de laboratórios de drogas sintéticas, metanfetamina”.
Nós, que integramos a comunidade da Química e representamos um universo de mais de 230 mil profissionais e empresas em todo o país, vemos com estranheza essa manifestação. O relato supracitado em nada representa a realidade das universidades federais brasileiras, fonte de ideias e de profissionais que constroem, dia a dia, o desenvolvimento do país.
Destacamos aqui a nossa solidariedade para com os Departamentos de Química das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), organizações de vital importância no fomento ao progresso. Na condição de professor, convido o Exmo. ministro a se inteirar do trabalho que é desenvolvido nos departamentos de Química de nossas universidades.
Pessoalmente, construí uma carreira de 45 anos como professor, 42 deles na Universidade Federal do Maranhão – onde leciono até a presente data. Concluí meu curso superior em Química na Universidade do Pará, o mestrado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e o doutorado no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP). Jamais, em nenhum desses locais, presenciei ou fui informado de nada parecido com a descrição trazida pelo Exmo. ministro.
Importante apontar que os fatos narrados são de extrema gravidade. Em sendo verídicos, me associo aos esforços de responsabilização e punição. Não compactuamos com o crime – mas tampouco aceitamos generalizações que não condizem com a realidade.
Brasília, 23 de novembro de 2019
José de Ribamar Oliveira Filho
Presidente do Conselho Federal de Química